domingo, 26 de abril de 2015

Tecido Óssio

O tecido ósseo é constituinte do esqueleto dos vertebrados; serve de suporte para as partes moles do corpo; protege órgãos vitais; aloja e protege a medula óssea; proporciona apoio aos músculos esqueléticos, transformando suas contrações em movimentos úteis, e constitui um sistema de alavancas que amplia as forças geradas pela contração muscular. Além dessas funções, os ossos funcionam como depósitos de cálcio, fósforo e outros íons, armazenando-os ou liberando-os de maneira controlada, para manter constante a concentração desses importantes íons nos líquidos corporais.
O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo formado por células e uma matriz extracelular calcificada, a matriz óssea.
 A única forma de nutrição dessas células é através de canelones por onde passam capilares já que a matriz calcificada não permite a difusão de substâncias até as células.
Todos os ossos são revestidos em suas superfícies externas e internas por membranas conjuntivas que possuem células osteogênicas (ou seja, células que atuam na formação óssea), o periósteo e o endógeno, respectivamente.
 
Células:
Osteócitos: são as células encontradas no interior da matriz óssea , ocupando as lacunas das quais partem em pequenos espaços que se formam entre as células dos ossos, em outras palavras canalículos. Cada lacuna contém apenas um osteócito. Dentro dos canalículos os prolongamentos dos osteócitos estabelecem contatos através de junções comunicantes, por onde podem passar pequenas moléculas e íons de um osteócito para outro.
Osteoblastos: são as células que sintetizam a parte orgânica - como o colágenos tipo I - da matriz óssea além de participar da mineralização desta. Dispõem-se sempre nas superfícies ósseas, lado a lado, num arranjo que lembra um epitélio simples. Uma vez aprisionado pela matriz recém-sintetizada o osteoblasto passa a se chamar osteócito. A matriz se deposita ao redor do corpo da célula e de seus prolongamentos, formando assim as lacunas e os canalículos respectivamente.
Osteoclastos: são células móveis, gigantes, multinucleadas e extensamente ramificadas. São as células responsáveis pela remodelação óssea que ocorre ao longo do crescimento de um osso ou em condições que favoreçam a reabsorção óssea, como a osteoporose ou a remodelação de uma região de fratura. Ficam localizados em regiões chamadas lacunas de Howship e podem ser requisitados para outras regiões do osso de acordo com a necessidade, guiando-se através de quimiotaxia.

Matriz Óssea:
A Matriz óssea tem 50% de seu peso composto por matéria inorgânica. Os íons mais encontrados são o fosfato e o cálcio que formam cristais com estrutura de hridroxiapatita. Há também magnésio, potássio, sódio e citrato em menos quantidades.
A porção orgânica da matriz óssea é composta por 95% de fibras colágenas, constituídas de colágeno tipo I e por pequena quantidade de proteoglicanos e glicoproteínas.
A associação de hidroxiapatita com fibras colágenas é responsável pela dureza e resistência do tecido ósseo. Quando se remove o cálcio dessa equação, o osso mantém sua forma, mas fica tão flexível quanto um tendão. E quando se remove o colágeno, como depois do o osso ser incinerado, ele também mantém a forma, mas fica tão quebradiço que dificilmente pode ser manipulado sem se partir.

Tipos: 
Histologicamente, existem dois tipos de tecido ósseo: imaturo ou primário; e maduro, secundário ou lamelar. Os dois tipos possuem as mesmas células e os mesmo constituintes da matriz. O tecido primário é o que aparece inicialmente, tanto no desenvolvimento embrionário como na reparação das fraturas; sendo temporário e substituído por tecido secundário. 

Tecido Ósseo primario: 
O tecido ósseo primário (não lamelar) apresenta fibras colágenas dispostas em várias direções sem organização definida, tem menos quantidade de minerais e maior proporção de osteócitos quando comparada ao tecido ósseo secundário. Encontra-se pouco presente em adultos, persistindo apenas próximo às suturas dos ossos do crânio e nos alvéolos dentários.
O tecido ósseo primário é formado através de ossificação intramembranosa e surge a partir da diferenciação de células de tecido conjuntivo em osteoblastos. A membrana de tecido conjuntivo restante se condensa e forma o periósteo.

Tecido Ósseo Secundário:
O tecido ósseo secundário é a variedade geralmente encontrada no adulto. Sua principal característica é possuir fibras colágenas organizadas em lamelas de 3 a 7 μm (micrômetro) de espessura que, ou ficam paralelas umas às outras, ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais com vasos formando os Sistema de Havers ou ósteons.

Crescimento Ósseo:
O crescimento dos ossos consiste na formação do tecido ósseo novo, associada à reabsorção parcial de tecido já formado. Deste modo, os ossos conseguem manter sua forma enquanto crescem. Apesar de sua resistência às pressões e da sua dureza, o tecido ósseo é muito plástico, sendo capaz de responder a modificações nas forças a que está submetido remodelando sua estrutura interna.

Fraturas:
Nos locais de fratura óssea ocorre hemorragia, pela lesão dos vasos sanguíneos, destruição da matriz e morte de células ósseas.
Macrófagos removem o coágulo sanguíneo, restos de células e restos da matriz para que se possa começar o reparo da fratura. O periósteo e o endósteo próximos à área de fratura respondem com uma intensa proliferação, formando um tecido muito rico em células osteoprogenitoras que constitui um colar em torno da fratura e penetra entre as extremidades ósseas rompidas. Esse processo se desenvolve de modo a aparecer um calo ósseo após algum tempo.
As trações e pressões exercidas sobre o osso durante a reparação da fratura, e após o retorno do paciente a suas atividades normais, causam a remodelação do calo ósseo e sua completa substituição por tecido ósseo lamelar. Se essas trações e pressões forem idênticas às exercidas sobre o osso antes da fratura, a estrutura do osso volta a ser a mesma que existia anteriormente; é exatamente essa uma das principais funções das sessões de fisioterapia recomendada para pacientes que sofreram fraturas. Ao contrário dos outros tecidos conjuntivos, o tecido ósseo, apesar de ser duro, repara-se sem a formação de cicatriz.

Papel Metabolico:
O esqueleto é a reserva de cálcio dos vertebrados, contendo mais de 90% desse íon em sua composição inorgânica. A concentração deste no sangue (calcemia) deve ser mantida constante para o funcionamento adequado do organismo. Há um intercâmbio contínuo entre os íons cálcio do sangue e dos ossos. Quando nos alimentamos, esse íon é absorvido da comida para a corrente sanguínea e rapidamente é depositado nos ossos. De forma inversa, quando há diminuição da calcemia o cálcio dos ossos é mobilizado para o sangue.
Essas transferências de íons cálcio entre esses dois tecidos (o sangue também é considerado um tecido) podem ocorrer de maneira espontânea, por difusão simples, ou podem ser mediadas por um hormônio das glândulas paratireoides, o paratormônio, e um outro hormônio da tireoide, a calcitonina.

Articulação:
As articulações são estruturas formadas por tecido conjuntivo que unem os ossos entre si, formando o esqueleto. Elas podem ser classificadas em diartroses, que permitem grande movimento dos ossos (vide imagem), e sinartroses, nas quais não ocorrem movimentos ou estes são muito limitados.
Nas diartroses existe uma cápsula que liga as extremidades ósseas, delimitando uma cavidade fechada, a cavidade articular. Ela contém um líquido incolor, transparente e viscoso, o líquido sinovial, com alta concentração de ácido hialurônico, molécula com efeito lubrificante que facilita o movimento articular.
A resiliência da cartilagem é um eficiente amortecedor das presões mecânicas intermitentes que são exercidas sobre a cartilagem articular. Mecanismos semelhantes ocorrem nos discos intervertebrais.
 
 

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Algumas Doenças do Tecido Conjutivo:

São um grupo variado de distúrbios que partilham determinados traços comuns, como inflamação cutânea, articular e outras estruturas ricas em tecido conjuntivo, juntamente com anomalias da imunidade celular.

Lúpus eritematoso sistémico.

Ocorre com períodos de exacerbação caracterizados por febre, mal-estar, cansaço, artrite, miosite, perda de peso, exantemas cutâneos, anemia, convulsões, psicose, vasculite, miocardite, pneumonite, nefrite, etc.
Não tem cura, o que faz com que o tratamento se destine a controlar a inflamação.

Artrite reumatóide.

Caracteriza-se principalmente por sinovite inflamatória persistente que, regra geral, afecta de forma simétrica as articulações periféricas, com deformidades.
O sintoma-chave é a dor nas articulações, com hiperestesia e tumefacção das mesmas.
Pode ser acompanhada por nódulos reumatóides, vasculite, inflamação pleuropulmonar, esclerite, síndrome de Sjögren, osteoporose, etc.
Trata-se de uma doença complexa, extremamente incapacitante e de má evolução.

Esclerodermia.

Caracteriza-se por fibrose cutânea, alterações digestivas, renais, fibrose pulmonar, hipertensão, artrite, miosite e insuficiência renal.
Não tem cura, o que leva o tratamento a tentar melhorar a função e os sintomas.

Doença mista do tecido conjuntivo.

Ocorre com poliartrite, tumefacção das mãos ou esclerodactilia, miopatia inflamatória, fibrose pulmonar, disfunção esofágica, etc.
Não tem cura e o tratamento destina-se a diminuir a inflamação.
O médico desaconselhará a condução a todos os doentes que tenham uma capacidade limitada ao volante devido à doença.

Síndrome de Sjögren.

Manifesta-se por secura na boca e queratoconjuntivite seca. Em 10-15% dos casos, verifica-se uma afectação dos grandes órgãos, como o pulmão e o rim.
Em determinadas ocasiões, ocorre também vasculite, polineuropatia, alterações da condução cardíaca, doença da tiróide, etc.

Vasculite.

Inclui uma grande variedade de doenças como vasculite necrosante sistémica, poliartrite nodosa, angeíte e granulomatose alérgica, vasculites por hipersensibilidade a fármacos, infecções, neoplasias, doenças do tecido conjuntivo, Henoch-Schönlein, granulomatose de Wegener, arterite de células gigantes e outras, como a doença de Kawasaki, tromboangeíte obliterante, síndrome de Behcet, síndrome de Cogan, eritema nodoso, etc.
Pode causar afectação multissistémica com cegueira, insuficiência renal, polimialgia, neuropatia, cardiopatia, doença pulmonar e digestiva.

Sarcoidose.

Pode afectar o pulmão, os gânglios linfáticos, a pele, o olho com uveíte em 25% dos casos, as vias respiratórias superiores, o sistema nervoso central, os nervos periféricos e cranianos, o coração com alterações da contracção e do ritmo, e o sistema músculo-esquelético, entre outros.
As complicações mais importantes são a doença pulmonar e a afectação ocular, incluindo cegueira.
Muitos casos sofrem uma remissão espontânea, o que faz com que seja difícil precisar o tratamento. Quando ocorrer doença ocular, cardíaca ou pulmonar, o tratamento é obrigatório.

O Qué Tecido Conjuntivo?

Tecido conjuntivo ou tecido conectivo caracteriza-se por apresentar células distanciadas entre si, em maior ou menor grau. Também se refere ao grupo de tecidos orgânicos responsáveis por unir, ligar, nutrir, proteger e sustentar os outros tecidos. Vista ao microscópio, suas células são diversificadas e estão espalhadas por uma matriz extracelular composta por substância fundamental e uma fibra.

Origem:  A maior parte dos tecidos conjuntivos origina-se das células do folheto germinativo  intermediário dos tecidos embrionárips conhecido como mesoderme, especialmente do mesênquima. As células medenquimai são alongadas, têm um núcleo oval, com cromatina fina e nucléolo  proeminente. Estas células possuem muitos prolongamentos citoplasmáticos e são imersas em uma matriz extracelular abundante e viscosa com poucas fibras. As células mesenquimais migram de seu lugar de origem e envolvem e penetram nos órgãos em desenvolvimento e dão origem também a tecidos epiteliais.

Funções:
As principais funções são:
Suporte estrutural;
Amortecer impactos;
Transportar nutrientes;
Espalhar células de defesa pelo corpo;
Armazenar gordura.

Classificações:
Matriz: A matriz extracelular é formada por 3 partes:

Substância fundamental:
Glicosaminoglicanos
Proteoglicano
Glicoproteínas
Glicosmatiaínas

Fibras:
Colágenas
Elásticas
Reticulares

Camada de Solvatação:
Água

Estrutura:
Os componentes do tecido conjuntivo podem ser divididos em três classes: Células, fibras e substância fundamental. Além de desempenhar uma evidente função estrutural, a grande variedade de tecidos conjuntivos reflete a variedade de composição e na quantidade de seus três componentes, os quais são responsáveis pela notável diversidade estrutural, funcional e patológica do tecido conjuntivo.
Matriz extracelular: Diferente de outros tecidos que são formados principalmente por células (epitelial, muscular e nervoso), o principal constituinte do conjuntivo é a matriz extracelular (especialmente substância fundamental). As matrizes extracelulares consistem em diferentes combinações de proteínas fibrosas e de substância fundamental. Substância fundamental é um complexo viscoso e altamente hidrofílico de macromoléculas aniônicas (glicosaminoglicanos e proteoglicanos) e glicoprteínas multiadesivas (lamina, fribonectina, entre outras) proteínas multiadesivas (lamina, fribonectina) que se ligam a proteínas receptoras (integrinas) presente na superfície das células bem como a outros componentes da matriz, fornecendo, desse modo, força tênsil e rigidez à matriz. As células do tecido conjuntivo ficam imersas em grande quantidade de substâncias intercelular denominada matriz, ou seja, ficam localizados entre células.

Fibras: Fibras predominantemente diversos tipos de colágenos, constituem os tendões, aponeuroses, cápsulas de órgãos, e membranas que envolvem o sistema nervoso central (meninges). As fibras também constituem as trabéculas e "paredes" que existem dentro de vários órgãos, formando o componente mais resistente do estroma (tecido de sustentação) dos órgãos.

 Tipos de tecidos: 
Tecido conjuntivo propriamente dito (não especializado)
- Tecido conjuntivo frouxo ou laxo
- Tecido conjuntivo denso: Tecido conjuntivo denso modelado eTecido conjuntivo denso não modelado
 

Tecidos conjuntivos especializados: sanguíneo, ósseo e cartilaginoso.
Tecido conjuntivo especializado:
- Teciso ósseo
- Tecido Cartilaginoso
- Tecido sanguíneo
Tecido conjuntivo de propriedades especiais
- Tecido adiposo
- Tecido elástico
- Tecido hematopoético
- Tecido mucoso.
 
Células do tecido conjuntivo: Existem várias células em cada tecido conjuntivo, dentre elas:
Fibroblasto: Produzem fibras e a substância fundamental e estão envolvidos na produção de fatores de crescimento;
LinfócitosUm tipo de leucócito responsável por detectar a natureza do invasor e a reação necessária para eliminá-lo;
Adipócitos:  Armazenam gordura, formam grandes capas capazes de proteger órgãos de impacto e do frio que também servem como fonte de energia, vitaminas lipossolúveis e água.
Macrófagos: Envolvem e digerem substâncias estranhas (fagocitose);
Mastócitos: Células responsáveis pelo processo inflamatório, reações alérgicas e na expulsão de parasitas.
Plasmócitos: Produzem imunoglobulinas  como resposta a partículas estranhas (antígenos).